Vida inteira motorista; sua via, toda pista
Circulava tranquilamente, sempre em frente, pela mão
O bom marido e falecido Sebastião
Esboçava timidez, vejam vocês, filhos teve dezesseis
Quatro mulheres, uma a uma e nenhuma confusão
(dor de cabeça, nem batendo a testa no chão)
Quando foi chofer de praça me contou achando graça
Um episódio digno de pódio e pileque
(e por que não samba de breque?)
O cenário era o Centro, perto do metrô São Bento
Nem viu se era ele ou ela da janela do seu táxi:
Dois travestis o assaltaram! (uma exceção da práxis)
Ele passou o que ele tinha e pra complicar, advinha?
A gasolina, ainda por cima estava no fim
(o que era mais ou menos num piscar ficou ruim)
Ele tirou do maço um cigarro e ficou fumando no carro
Pensando alto no assalto quando de repente:
Por outro ladrão ele foi abordado novamente!
“Meu Deus do céu!”, ele disse pro assaltante:
“Fui roubado nesse instante, acabaram de levar, posso provar
O dinheiro que juntei o dia inteiro
Levaram até os bombons que comprei pros meus herdeiros”
“Jesus de Nazaré!”, o larápio exclamou
Entrou no carro e ordenou de meia-calça no rosto
Apontando o posto da esquina:
“Vamos resolver isso já depois de botar a gasolina”
O ladrão, então, deu cinco cruzados, não...sei lá, cruzeiros
E foram atrás do João, o famoso João Bombeiro
Que por ser hidráulico era simbólico seu codinome
(era famoso por aplicar nas meninas o silicone)
Pois João sabia, sabia quem podia
Saber quem é que havia quebrado a regra que integra
A lei do meretrício: roubar taxista é proibido, é malefício!
Então, pras travestis lá do centro eles logo perguntaram
E elas logo de cara suspeitaram das tais à toa
Na terra da garoa de passagem
Recém-chegadas do Rio de viagem
E aí, as conhecidas do João, revoltadas, como não?
Foram indo e já subindo na pensão das forasteiras
(imagina vinte salto-altos numa escada de madeira)
Bateram na porta que quebrou e o barraco armado desarmou
Bate-boca, bofetão, mini-saia, vozeirão
E a ordem em alto e bom som:
“Devolvam agora o dinheiro e a caixinha de bombom!”
Concluído o resgate do dinheiro e do chocolate
Mais uma vez Sebastião sorriu sem Doril, sem Aspirina
Agradeceu ao João, apertou a mão de cada menina
(e devolveu ao ladrão o dinheiro emprestado pra gasolina)
Voz e violões: Fábio Carvalho
Clarineta: Flávio Rubens
Trombone: Alexandre Arruda
Percussão: Hélio Souza
Circulava tranquilamente, sempre em frente, pela mão
O bom marido e falecido Sebastião
Esboçava timidez, vejam vocês, filhos teve dezesseis
Quatro mulheres, uma a uma e nenhuma confusão
(dor de cabeça, nem batendo a testa no chão)
Quando foi chofer de praça me contou achando graça
Um episódio digno de pódio e pileque
(e por que não samba de breque?)
O cenário era o Centro, perto do metrô São Bento
Nem viu se era ele ou ela da janela do seu táxi:
Dois travestis o assaltaram! (uma exceção da práxis)
Ele passou o que ele tinha e pra complicar, advinha?
A gasolina, ainda por cima estava no fim
(o que era mais ou menos num piscar ficou ruim)
Ele tirou do maço um cigarro e ficou fumando no carro
Pensando alto no assalto quando de repente:
Por outro ladrão ele foi abordado novamente!
“Meu Deus do céu!”, ele disse pro assaltante:
“Fui roubado nesse instante, acabaram de levar, posso provar
O dinheiro que juntei o dia inteiro
Levaram até os bombons que comprei pros meus herdeiros”
“Jesus de Nazaré!”, o larápio exclamou
Entrou no carro e ordenou de meia-calça no rosto
Apontando o posto da esquina:
“Vamos resolver isso já depois de botar a gasolina”
O ladrão, então, deu cinco cruzados, não...sei lá, cruzeiros
E foram atrás do João, o famoso João Bombeiro
Que por ser hidráulico era simbólico seu codinome
(era famoso por aplicar nas meninas o silicone)
Pois João sabia, sabia quem podia
Saber quem é que havia quebrado a regra que integra
A lei do meretrício: roubar taxista é proibido, é malefício!
Então, pras travestis lá do centro eles logo perguntaram
E elas logo de cara suspeitaram das tais à toa
Na terra da garoa de passagem
Recém-chegadas do Rio de viagem
E aí, as conhecidas do João, revoltadas, como não?
Foram indo e já subindo na pensão das forasteiras
(imagina vinte salto-altos numa escada de madeira)
Bateram na porta que quebrou e o barraco armado desarmou
Bate-boca, bofetão, mini-saia, vozeirão
E a ordem em alto e bom som:
“Devolvam agora o dinheiro e a caixinha de bombom!”
Concluído o resgate do dinheiro e do chocolate
Mais uma vez Sebastião sorriu sem Doril, sem Aspirina
Agradeceu ao João, apertou a mão de cada menina
(e devolveu ao ladrão o dinheiro emprestado pra gasolina)
Voz e violões: Fábio Carvalho
Clarineta: Flávio Rubens
Trombone: Alexandre Arruda
Percussão: Hélio Souza
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